Opinião

CONJUNTURA INTERNACIONAL

Nos últimos dias, Washington tem passado por verdadeiras tribulações, com potencial impacto na geopolítica internacional. A Câmara dos Representantes demonstrou a usual instabilidade na aprovação do orçamento. Nos EUA, o ano fiscal começa em outubro e a prévia aprovação dele geralmente é complexa, ainda mais por haver acentuadas discordâncias entre os Republicanos e Democratas. Quando não há aprovação, o país corre o risco de uma paralisação dos seus serviços públicos. Desta vez, o que salvou a economia americana foi um projeto de lei de financiamento provisório, negociado três horas antes de encerrar o prazo da aprovação orçamentária, aprovado pela Câmara e pelo Senado, esse de maioria democrata. O projeto de lei busca evitar o famoso “shutdown”, mas é válido até o dia 17 de novembro. Não bastasse isso, uma grande surpresa surgiu, uma votação que destituiu do cargo o presidente da casa legislativa, o deputado Kevin McCarthy, sendo a primeira vez que algo do gênero aconteceu. Assim, o legislativo deve promover nova eleição para preencher a vaga. Enquanto isso (até o fechamento desta coluna), assumiu como presidente interino o deputado republicano Patrick McHenry.

Ajuda à Ucrânia
Para que o projeto de lei fosse aprovado, foi removida a proposta de Joe Biden para a ajuda militar e humanitária à Ucrânia, que seria na ordem de 24 bilhões de dólares. A ajuda americana ao país soma os seus mais de 100 bilhões de dólares. Esta coluna já havia alertado sobre o risco de a fonte secar, principalmente pelo comportamento, tanto de democratas quanto de republicanos, insatisfeitos com as altas somas de ajuda militar à Ucrânia, alcançadas por Biden. Também lembramos aqui que as guerras de atrito são complexas, por transcorrerem sem previsão de término, o que demanda um alto investimento das potências ocidentais no financiamento da guerra. A ajuda militar foi umas das questões principais a gerar o desconforto na aprovação do orçamento. Grande parte dos conservadores são contrários aos pacotes bilionários de Biden. Muitos criticam os gastos, dizendo que eles deveriam ser direcionados para outras rubricas e, entre elas, a crise imigratória. Assim, há uma grande incógnita sobre um dos países que mais tem apoiado a Ucrânia em termos militares e humanitários. Surge a possibilidade que deputados criem votação em separado para o prosseguimento das ajudas, mas tudo ainda é incerto. Do outro lado, Zelensky tem visitado o Congresso americano, pressionando pela continuidade da parceria.

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